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Competitividade: O que come? Onde vive? Como se reproduz?

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Competitividade: O que come? Onde vive? Como se reproduz?

Uma reflexão sobre eventos recentes e desenvolvimento de jogos,
por um carinha suspeito de mais e qualificado de menos



0. Uma breve introdução

Primeiramente, bom dia gente \o
Gostaria de deixar algumas considerações antes de começar essa "matéria" (que tá mais pra uma sessão meio comprida de relatos pessoais e shower thoughts):
  • A ideia do tópico não é atacar, repreender nem atrapalhar a vida de ninguém. Não gostou? Vai fazer outra coisa então, de preferência algo produtivo (desenvolver jogos talvez, quem sabe? Tá raro isso), ou então, melhor ainda: contribua para a discussão com a sua opinião, de forma civilizada. Grato.
  • Eu não sou especialista no assunto, então posso (e quase certamente, vou) cometer enganos e falar altas besteiras aqui, caso encontrem algo de errado que eu tenha dito, peço humildemente da vossa parte que sejam compreensivos. Eu também sou humano, e um dos bem lerdos, aliás.
  • Isso com certeza não tem absolutamente nada a ver com nenhum evento recente aqui do Condado. Nadinha. Nadica de nada.

Por fim, gostaria de agradecer de antemão a todos que se derem ao trabalho de ler e participar da discussão. Valeu povo \o
Now, let's start, shall we?



A quem quiser pular a baboseira: siga direito pro segundo item 2.


1. Agora... Por quê?

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Antes de entrarmos na discussão, vamos tentar entender a relevância do tópico. Qual o ponto competir, em um jogo, em um evento, na vida (profundo)?
Pessoalmente, eu me considero uma pessoa bem competitiva, muitas vezes além do necessário, então já tive alguns momentos de reflexão (e aqui começam os shower thoughts que mencionei) a respeito do quão importante e quão útil realmente pode ser por em prática a competitividade. Minhas conclusões, em resumo:
  1. Competir, no geral, é uma forma de comparar-se aos demais no que refere a uma certa habilidade em um determinado meio, e dessa forma serve também como forma de auto-afirmação: ganhar uma competição equivale a adquirir um atestado de superioridade, e isso alimenta seu ego.
  2. Além de auto-afirmação, o ato de competir serve para mostrar ao mundo do que você é capaz, e como se compara aos demais. Isso é uma parte essencial de como nossa sociedade funciona, na verdade: lembra do vestibular? Então, competição. Entrevistas de emprego? De forma menos explícita, mas ainda assim, competição também.
  3. Em um âmbito menos formal, ainda, a competitividade demonstra também uma consequência que, para mim, é de longe a mais interessante e mais benéfica: ao se propor a se provar superior aos demais, você quase inevitavelmente acaba tendo que aperfeiçoar suas próprias habilidades.

Para mim, é isso. Competir se resume a esses três aspectos, e conscientemente ou não, ao fazê-lo temos sempre um pouco de interesse em cada um deles.

Tá, mas e nos jogos?

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No que toca desenvolvimento de jogos, existe ainda mais um lado que pode ser explorado: qual a vantagem, para um desenvolvedor, do seu jogo ser competitivo?
Bom, não é tão difícil: se o jogo é competitivo, os jogadores tendem a querer ser os melhores no jogo (essa sendo a própria definição de competitividade), então eles jogam mais.
Simples assim. E melhor ainda, quando não têm o tempo ou a determinação de jogarem mais, mas dispõem do recurso mágico conhecido em nosso planeta como GRANA (a.k.a.: dinheiro, bufunfa), eles o gastam no jogo!

Brincadeiras a parte, o aspecto competitivo em um jogo é, sim, um grande atrativo, e se aplicado corretamente, é fórmula pro sucesso.



2. Ah, tá, por isso. Mas então... como?

Legal, agora eu sei a que fim competimos e que jogos competitivos tendem a movimentar mais jogadores e a sempre presente (ou não) grana. Mas como algo se torna competitivo?

De ter competição a ser competitivo de fato


Eu tenho usado o termo "competitivo" aqui sem me preocupar muito com o significado, mas para essa parte da discussão, vamos precisar separar as coisas.

Um jogo pode, sim, envolver competição, mas não ser competitivo, e é aí que o negócio quebra.
Um exemplo muito bom acontece em alguns jogos de cartas (Yu-Gi-Oh, Pokémon, Magic, ...), quando uma certa combinação de cartas na mão te permite vencer o jogo em apenas uma rodada, ou em jogos pay-to-win, onde ao comprar algo no jogo usando dinheiro real (grana, bufunfa...) o jogador torna-se imbatível a menos que seus competidores também o tenham feito.


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Se parar para pensar, esses dois casos ferem diretamente os pontos 2 e 3 que eu citei na parte do "Por quê", e em alguns casos (como dos TCGs) o item 1 também: ninguém vai realmente considerar o jogador que ganhar a competição superior, porque o meio de avaliação é ruim; ninguém desenvolve suas habilidades, porque é muito mais fácil só pagar ou usar aquele deck quebrado; e, por fim, ninguém mais se sente superior, porque não existe mais nenhum mérito envolvido. A competição, então, perde o sentido.

E como dar sentido a ela?


Não vou mentir pra vocês: eu não sei bem. Mas eu já joguei jogos competitivos e em alguns casos fui até que a fundo pra tentar entender como funcionava esse lado do jogo, e posso compartilhar essa experiência com vocês. Então vamos lá.


2. Ainda não entendi como

Porque eu não disse. Mas agora vou (tentar):

1. O método de avaliação é a alma da competição.

Se os competidores forem avaliados de forma falha, então a competição perde a credibilidade, ferem-se os "Por quês" 2 e 3, e aí o jogo deixa de ser competitivo. Um ponto importante da avaliação é que ela deve ser aceita pela maioria dos envolvidos, caso contrário, ela perde seu sentido.

Existem algumas formas de tornar a avaliação mais convincente para essa tal "maioria". Uma delas é, justamente, deixar a maioria julgar. Onde possível, é sempre preferível deixar que a maioria escolha o vencedor de uma competição, simplesmente pelo fato de que, assim, maximiza-se o número de pessoas para o qual o resultado da competição é considerado válido.

Nem sempre é possível deixar a avaliação aberta a votação, no entanto. Nesses casos, o ideal é que a avaliação seja feita por uma autoridade reconhecida e, sempre que possível, mais que uma, novamente a fim de tornar o resultado mais aceito pelo público. Mas é necessário cautela: se a autoridade não for forte o suficiente, podem surgir questionamentos quanto à avaliação, e nesse momento os avaliadores devem sempre demonstrar domínio da área e capacidade em julgar, caso contrário a competição pode perder seu valor pelo simples fato de que seus resultados são duvidosos na visão da maioria.

Finalmente, caso seja imprático aplicar os métodos citados acima, deve-se apelar para os números. É o caso, por exemplo, de jogos onde o placar depende diretamente da pontuação final do jogador, seja lá como foi feito o cálculo dessa pontuação. A avaliação humana é preferível a isso porque, na vida real, que dá valor à competição são as pessoas, não as calculadoras, e embora o uso de um valor numérico seja um ótimo argumento para validar uma avaliação, podem haver questionamentos quanto à forma como esse valor é calculado.

2. Jogo balanceado não é questionado.

A vitória no jogo deve depender sempre do que deveria estar sendo avaliado de fato. A questão do pay to win entra um pouco aqui: ninguém quer saber se você tem dinheiro para comprar a Grandiosa Bazooka Flamejante de Odin, que mata os oponentes em um hit, com seu dinheiro! A competição está em conseguir vencer dos outros, mas estando em condições equivalentes.

No geral, o balanceamento deve ser feito com base no que se quer extrair do jogo. Por exemplo: em um jogo onde o que importa é a velocidade em que o jogador com fazer determinada tarefa, a qualidade com a qual a tarefa foi desempenhada deve valer pouco na nota final, já quando o objetivo é avaliar quão bem o jogador desempenha certa tarefa, uma tarefa bem feita deve valer mais que cinco mal feitas no mesmo período de tempo. É questão de incentivar comportamento desejado.

3. Não confie no jogador, por favor

Dada uma oportunidade de explorar uma falha no jogo a fim de obter melhor desempenho, é quase certo que o jogador optará por aproveitá-la. E ele não é culpável por isso! Esse é o objetivo dele, afinal: ficar no topo. Não seria um problema, se não tornasse o jogo injusto e muitas vezes desinteressante, visto que cada vez mais jogadores vão explorar a falha e o jogo de verdade acabará não sendo jogado como devido.



5. Acho que entendi? Uma nota final

É isso gente, essa é minha visão sobre jogos competitivos e competições em geral.

Não sei se consegui passar a ideia e muito menos se isso vai ser útil pra alguém em algum ponto, mas achei que seria interessante compartilhar essas minhas reflexões a respeito de competições, como elas acontecem, como eu acho que deveriam acontecer, enfim.
Espero que tenha sido no mínimo uma leitura decente, e ficaria muito feliz em receber mais opiniões sobre o assunto.

Por hoje acho que é isso aí. Até mais \o
 
ganhar uma competição equivale a adquirir um atestado de superioridade, e isso alimenta seu ego
Desconstruiu minha personalidade. hehehehee

Falando sério agora, nunca joguei jogos competitivos e não tenho nenhuma vontade de joga-los, mas tenho que congratula-lo pois concordo com praticamente cada paragrafo desse tópico.
 
  Bom tópico. Acredito que a psicologia por trás da ânsia por competição está correta. Eu não tenho muito a dizer sobre o tema em si, pois nem de longe sou alguém que aprecia competições ou que possui algum desejo de competitividade. Ao longo da minha vida, em sempre me sobressaí em determinadas atividades quase como "sem querer". Quando prestei o vestibular, eu não estava nem aí, apenas fui lá, fiz a prova e fui embora. Só lembrei que tinha feito a tal prova quando o resultado saiu e percebi que fora aceito, e até que numa boa colocação para quem nem se deu o trabalho de estudar ou pagar cursinhos da Positivo. No início da faculdade, eu logo me tornei o "calouro estrelinha" que tirava notas altas e era elogiado pelos professores, mas eu não estava minimamente preocupado em ser o melhor, eu só estava fazendo o que eu gostava e me entregava com paixão, o "reconhecimento" veio sem eu ter pedido. Eu nunca competi com ninguém para ser reconhecido como o melhor, tampouco tenho a preocupação - compreensível, diga-se de passagem - de me provar para a sociedade ou para grupos. Meu único adversário sou eu mesmo, não as outras pessoas. Acho até que seja por isso que eu nunca tive interesse em jogos competitivos e aprecio muito mais a experiência single player, na qual o único adversário são as minhas próprias limitações.​
 
Competitividade deveras é algo muito presente na nossa sociedade. Está em todo lugar. Da mulher olhando as rivais no jogo amoroso até os meninos de rua jogando bola. Não dá pra fugir pois ela é parte da nossa essência.

Então não adianta dizer que não dá satisfação em ver a gente se dando bem, ainda mais se for melhor do que os outros. Se a gente modera esse sentimento com uma máscara mais racional ou não, vai de cada um, mas é muito óbvio que a gente gosta de ser congratulado e reconhecido.

Não precisamos ser hipócritas, por que, no fundo, isso faz parte da nossa natureza humana, e assim como tudo que tem associação negativa comumente na nossa sociedade (inveja, ciúmes, raiva, etc), o instinto de competição não deve ser apagado, e sim reconhecido, usado ao nosso favor e eventualmente, numa etapa mais final do desenvolvimento do nosso ego, superado.

É vero que pelo senso comum da sociedade muitos desses sentimentos são escondidos, mas ao invés de ocultá-los (e esperar que a bomba exploda) é muito mais eficaz trazer eles para o holofote e serem dissecados. No caso aqui: É preciso sim que a competitividade seja estimulada, ao menos a vertente saudável dela, e que a tóxica seja combatida.

Quando digo tóxica... Há quem ganhe nível absurdo de habilidade específica, passe noites em claro e se alimente mal, use hacks, trainers, autoaims ou qualquer outro artifício, o que eu chamaria de esteroides da profissão do e-sport. Não acho isso necessário pra me divertir, só se o cara quiser ser o melhor absoluto, eventualmente se complicar e perder o título.

Quanto à minha experiência pessoal: Sim, jogo jogos competitivos e gosto deles pois providenciam experiências únicas. Há um limite para os jogos single player, mas os jogos multiplayer providenciam experiências ilimitadas, pois você nunca sabe como as pessoas do outro lado da rede vão reagir. Me desafiar é muito bom num Dark Souls, mas poder jogar com/contra outros jogadores é igualmente interessante.

Não anseio por ser o melhorzão nem nada do tipo. Jogo apenas o suficiente para me divertir, e já joguei TPS, MOBAs, MMORPGs, e uma coisa interessante pra um jogo é ter um bom balanço entre o que você pode fazer singleplayer e o que pode fazer multi. Quase todos os multiplayer tem ao menos uma modalidade de PvP e isso já diz muito.
 
  Bom, como diria Nietzsche: "quem não obedece a si mesmo é regido por outros. É mais fácil, muito mais fácil, obedecer a outro do que dirigir a si mesmo." Quando fazemos da superação a superação sobre outrem; quando tornar-se melhor significa tornar-se melhor para outros (reconhecimento), tornamo-nos escravos da vaidade e do capricho desses outros. Não somos nada senão aquilo que fazem de nós, aquilo que dizem de nós. Todas as minhas vitórias foram vitórias sobre mim mesmo, e eu me alegro e festejo cada uma delas. Retomando o exemplo acadêmico que dei: eu não esperei que as pessoas reconhecessem as minhas capacidades, que elas me dissessem que eu era bom. Porque eu já sabia que era bom, porque eu já havia travado as minhas batalhas, porque para me afirmar eu nunca precisei negar. E isto não é o ápice do desprendimento ou da abnegação de si, ao contrário, é o ápice do egoísmo, a mais alta afirmação de si mesmo.​
 
[member=1330]HermesPasser[/member]

Valeu pelo comentário mano. Acho que a disposição para jogar jogos eletrônicos competitivos especificamente é menos onipresente que a necessidade que temos de competir em geral, então acho que faz sentido gostar de competir mas não ser muito afim de jogos onde a competição é o ponto central.



[member=1916]RaonyFM[/member]

Eu ia buscar por referencial teórico pra psicologia por trás do assunto pra colocar no tópico, mas achei que ia ficar denso demais kkk

Enquanto concordo com sua perspectiva de que se prender à avaliação alheia é fútil e nos torna vítimas, de certa forma, do capricho de outros, não sei se é realmente o ideal deixar de competir por completo. Ninguém vive só de si mesmo, e provar valor para os outros é parte importante de viver em sociedade.

Pra ser sincero, pessoalmente, eu me reconheço na situação que você descreve: desde pequeno sempre fui um dos melhores alunos da classe, mesmo sem fazer uma lição de casa sequer, e eu nem me ligava disso até me falarem; no exame de admissão do meu colégio, que fiz praticamente dormindo, passei em terceiro lugar entre os mais de mil que prestaram a prova; aprendi, com 13 anos, praticamente sozinho, a programar, e hoje posso dizer com segurança que sei mais que um monte de profissional por aí, mesmo sem nem ter entrado na faculdade ainda.

Mesmo com "tudo" isso, ainda não acho que sou bom o suficiente pra dizer que não tem vantagem em me comparar ao resto, fora que, sinceramente, pra mim, só levantar esses aspectos aí já é uma forma de competição enrustida. Como seu eu dissesse "olha, esse sou eu, quero ver fazerem melhor". E na real, por pior que soe (odeio me ler escrevendo isso), eu não vejo problema nisso: com certeza tem alguém lá fora que tem um currículo melhor que o meu, e quando essa pessoa surgir, eu vou trabalhar pra ficar melhor que ela, porque é assim que boa parte do aprendizado ocorre pra mim.

O que eu acho que deve ser evitado, sim (e aqui já ligo na resposta do [member=7]Rafael_Sol_MAKER[/member] ), é aquela competitividade excessiva, que não te trás avanço significativo e muitas vezes vira até doença. Como o Rafa citou, tem quem se devote tanto a provar que é superior em determinada atividade que chegue a um nível onde aquilo se torna mais um problema que qualquer coisa. Aliás, devo admitir que já cheguei a esse ponto também, mas isso é história kkk
 
Estranhamente tenho níveis diferentes de competitividade em cada área da minha vida

Anos atrás eu entrei numas de jogar Dota 2 competitivo, estudava o jogo mesmo, estava numa neura hardcore. No começo eu e meus amigos montamos um time para participar de campeonatos locais por diversão, mas sempre que alguma coisa dava errado era um aponta dedo daqui e de lá que culminou em várias tretas, decidimos acabar com aquilo antes que nossa amizade ficasse riscada.

Depois disso comecei a jogar apenas 4fun, MMORPG eu nunca tive essa neura, jogava sempre relax, montava geralmente uma build bem particular (lê-se bosta) e ia lá matar meus bixinhos e fazer amizades.

No desenho eu sou totalmente de boa, gosto de participar de eventos e concursos pelo incentivo de desenhar, claro que sempre estou comparando meu traço ao dos outros, seria mentira se dissesse que não faço isso, geralmente quando eu vejo alguém que desenha muito bem me sinto mega motivado a desenhar mais, me inspira bastante, é uma forma muito positiva de desafio.

No trabalho sou muito competitivo, mas a verdade é que o mercado é um trator com motor de Porsche então se você vacila, ele te atropela sem dó nenhuma, no fundo eu gosto disso, acho fundamental competitividade no mundo do business.

Resumindo, para mim competitividade na dose certa é essencial e diria saudável. Difícil é achar a medida certa hehehe.

Muito bom o tópico e as respostas de todos. Abraços manos.

 
No desenho eu sou totalmente de boa, gosto de participar de eventos e concursos pelo incentivo de desenhar, claro que sempre estou comparando meu traço ao dos outros, seria mentira se dissesse que não faço isso, geralmente quando eu vejo alguém que desenha muito bem me sinto mega motivado a desenhar mais, me inspira bastante, é uma forma muito positiva de desafio.

  Se eu dissesse que não desejo ir além dos autores que estudo - já que o mote aqui é as atividades de cada um, e eu estudo filosofia -, também estaria mentindo. Acredito que todos nós temos os nossos "mestres", e assim como somos capazes de reconhecer as nossas próprias virtudes, somos capazes de reconhecer as virtudes de outros. E indo um pouco na direção que o [member=7]Rafael_Sol_MAKER[/member] apontou, não há mal em sentir inveja; e isso que nós sentimentos, quando vemos nos outros o que gostaríamos de alcançar, e então lutamos para isso, é inveja. Infelizmente, a tradição ocidental demonizou a maioria dos sentimentos humanos, demasiado humanos. Inveja, ira, egoísmo, ambição... mas reprimir esses afetos, como diria Freud, não faz com que eles deixem de existir e, pior, abre espaço para neuroses. A repressão dos afetos não torna ninguém melhor, mas adoece, nos faz sentir culpados por sermos nada mais, nada menos, que humanos. Os afetos não devem ser reprimidos, mas compreendidos e trabalhados para que não se tornem prejudiciais e patológicos, pois não importa o quão morais e racionais nós sejamos, jamais deixaremos de sentir.​
 
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