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Jogos Que Mereciam Tradução

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Jogos Que Mereciam Tradução

E aí pessoal do Condado! Como vocês estão?

Quem acompanha notícias sobre jogos além da esfera AAA e/ou ainda joga jogos retrô, provavelmente ficou sabendo há pouco tempo de empresas como a gigante dos RPGs Square Enix que anunciou remasterizações de clássicos que nunca haviam saído no Ocidente antes, como o antigo Live A Live (que quem cria RPGs e não jogou ainda, deveria!) ou o primeiro título da série tática de sci-fi Front Mission.

Mais recentemente nós também ficamos sabendo aqui mesmo pelo Condado do movimento dos fãs brasileiros em torno de uma possível localização dos novos jogos de Pokémon no nosso idioma. É interessante notar que, se hoje em dia é relevante falar em games localizados (e até dublados) em português brasileiro, era comum nos anos 90 e 2000 muitos títulos "classe A" sequer chegarem ao ocidente. Como os tempos mudaram!

Assim sendo, como velho fã de jogos retrôs que sou, encontrei em minhas inúmeras buscas por “novos games antigos” vários títulos super interessantes que nunca foram apresentados oficialmente aos jogadores deste lado do mapa mundi. Ainda existem muitos por aí, com qualidade bastante variável, mas alguns deles me chamaram muita atenção, de forma que decidi fazer um tópico apenas pra que o pessoal possa compartilhar suas próprias opiniões sobre o assunto. 👍

Eis alguns dos meus jogos sem tradução mais cobiçados no momento:



London Seirei Tanteidan

Com um título que pode ser traduzido para algo como “Detetives Espirituais de Londres”, esse jogo transborda personalidade. Entre seus colegas de geração do PS1, onde o gênero até então oscilava 90% do tempo entre a fantasia típica e a ficção científica – ou um misto dos dois – London Seirei Tanteidan é ambientado na Inglaterra vitoriana (aquela do Sherlock Holmes), com direito a referências do “mundo real” e pitadas de elementos fantásticos/ sobrenaturais.

Salvo ambientação, para todos os efeitos práticos o jogo se trata de um RPG de turnos tipicamente japonês (o que fica claro pela arte conceitual), em que vários personagens parecem se encaixar em estereótipos do estilo, como o cara mais velho misterioso, o ingênuo que serve de alívio cômico ou o vilão meio atrapalhado. O que realmente chama a atenção nesse jogo é a pixel art: sprites de personagens grandes e expressivos, em cenários pré-renderizados entre os mais bonitos vistos nessa geração. A música também é bastante marcante.



Lagnacure

Eu já disse que sou um grande fã de RPG? :Gamers_Rise_Up:

Lagnacure é na verdade uma duologia de PS1 (a sequência Lagnacure Legend se passa anos depois do original), que parecem bastante típicos da era de onde vêm, quando o 3D dava seus primeiros passos. Os jogos não são muito famosos – quase não se encontra informação sobre eles nem em inglês – mas eles me chamaram atenção por um único motivo: o sistema de batalhas.

Os raros vídeos de gameplay sugerem que as batalhas de Lagnacure funcionam à moda de jogos como Chrono Trigger ou Grandia, isto é, funcionando por turnos, mas onde o posicionamento de cada herói ou inimigo interfere no andamento da luta. Por exemplo, algumas técnicas têm área de efeito que permitem ao jogador atingir vários adversários de uma vez.

É bem verdade que a jogabilidade parece um tanto lenta para os padrões modernos, e talvez o fosse até mesmo pra sua época (não se admira que muitos desses jogos não tenham sido localizados), mas a série parecia bastante ambiciosa. Vale no mínimo a curiosidade.



Boku No Natsuyasumi

Talvez o título mais interessante da lista aos meus olhos, “Minhas Férias de Verão” (sendo Boku um trocadilho de pronome masculino japonês e o nome do personagem principal) é uma série de 4 games que pretende entregar mais uma “experiência” do que um "jogo” propriamente dito, de forma que estar com o humor adequado faz total diferença em quanto você será capaz de apreciá-los.

Ao que consta, o foco da série é apresentar ao jogador a sensação de ser um garoto japonês na região rural do país nas décadas de 70-80. Você tem uma quantidade limitada de dias para gastar suas férias de verão como quiser: explorar o meio do mato, nadar no riacho da região, pescar, brincar no parquinho com os amigos, caçar insetos ou procurar aquilo que uma criança chamaria de tesouros.

Mesmo para nós ocidentais, não tendo vivenciado o contexto cultural da época, é possível notar que a ambientação é feita com maestria. Os belíssimos mapas pré-renderizados transmitem um misto de mistério e aconchego, perfeitamente adequados ao olhar aventureiro de uma criança, e o clima é complementado com efeitos sonoros de cigarras, pássaros, o barulho do riacho correndo ou o mero sussurro do vento. O sentimento de nostalgia é garantido.

A série teve jogos no PS1, PS2, PS3 e PSP. E nenhum deles chegou ao ocidente, infelizmente.


(Update: Boku No Natsuyasumi 2, para PS2, recebeu patch de tradução que pode ser visto aqui)




Enfim. Existem ainda muitos outros jogos que mereciam estar numa lista como essa, uns de qualidade inegável, outros nem tanto, mas que mereciam ser jogados nem que seja pela curiosidade.

E você, tem algum jogo que gostaria de ver traduzido num idioma que você conheça pra poder jogar? Diz aí pra gente!
 
Última edição:
Bom, existem muitos que eu gosto que não estão traduzidos, mas acho que eu gostaria de falar sobre hoje é Fallout: Sonora.


A intro do jogo.


Fallout: Sonora é um total conversion lançado em março de 2020. No caso, ele é um total conversion de Fallout 2, um cRPG lançado em 1998, e um dos melhores que há no gênero. Como tal, Fallout: Sonora traz uma nova área a ser explorada, o estado do Arizona (e algumas partes do México também), além de várias novas facções, armas, missões, trilha sonora e todo um acervo gráfico que o jogo original não contém.

A história do jogo se passa no ano de 2167, seis anos após os eventos do primeiro Fallout e setenta e quatro anos antes dos eventos de Fallout 2. Você é um aldeão vindo de uma pacata vila no noroeste do Arizona. Um dia, sua vila é atacada por escravistas que levam todos aqueles aptos para trabalho, matando o resto que resistem. Cabe a você então desbravar os ermos do velho mundo e salvar sua família dos escravistas e quem sabe, resolver um mistério ainda maior.

O jogo foi feito pelo estúdio Nevada Band. Mais especificamente, a maioria do trabalho foi feito por Alexander Poshelyuzhin, que foi criador, roteirista, programador, modelador 3d, spriter e designer de mapas.

E, bem, o jogo no momento só está disponível em russo.


G2sLjWP.jpg

A cidade de Phoenix, Arizona, controlada por uma nova facção chamada Igreja do Fogo Sagrado.

uRVYRtd.jpg

Diálogo com um membro de uma facção conhecida como Os Patrulheiros.

l0igKQh.jpg

Tela de menu de inventário.

O jogo é fantástico. Eu mesmo já joguei e zerei, mas é compreensível que não tenha uma comunidade muito grande, afinal, a barreira linguística é enorme. Já é difícil até mesmo achar pessoas que gostem dos jogos originais (Fallout 1 e 2, no caso) por conta de serem jogos com alta carga textual de 20 anos atrás. Até mesmo a comunidade russa é pequena.
Isso pode ser considerado mais um projeto artístico e uma prova de dedicação do que qualquer outra coisa.

Há, porém, no momento, pessoas traduzindo o jogo para o inglês, mas você e eu já sabemos como essas coisas levam tempo.
E eu duvido muito que mesmo traduzido, iria atrair muitos olhares, já que o pessoal gosta mais de dar tirinho do que ler paredões de texto.
É super nichado, mas fazer o quê.
 
Última edição:
Bom, existem muitos que eu gosto que não estão traduzidos, mas acho que eu gostaria de falar sobre hoje é Fallout: Sonora.


A intro do jogo.


Fallout: Sonora é o que o pessoal das antigas de total conversion (que os jovens hoje chamam de mod), lançado em março de 2020. No caso, ele é um total conversion para Fallout 2, um cRPG lançado em 1998, e um dos melhores que há no gênero. Como tal, Fallout: Sonora trás uma nova área a ser explorada, o estado do Arizona (e algumas partes do México também), além de várias novas facções, armas, missões, trilha sonora e todo um acervo gráfico que o jogo original não contém.

A história do jogo se passa no ano de 2167, seis anos após os eventos do primeiro Fallout e setenta e quatro anos antes dos eventos de Fallout 2. Você é um aldeão vindo de uma pacata vila no noroeste do Arizona. Um dia, sua vila é atacada por escravistas que levam todos aqueles aptos para trabalho, matando o resto que resistem. Cabe a você então desbravar os ermos do velho mundo e salvar sua família dos escravistas e quem sabe, resolver um mistério ainda maior.

O jogo foi feito pelo estúdio Nevada Band, mas mais especificamente, a maior parte do trabalho foi feito por Alexander Poshelyuzhin, que foi criador, roteirista, programador, modelador 3d, spriter e designer de mapas.

E, bem, o jogo no momento só está disponível em russo.


G2sLjWP.jpg

A cidade de Phoenix, Arizona, controlada por uma nova facção chamada Igreja do Fogo Sagrado.

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Diálogo com um membro de uma facção conhecida como Os Patrulheiros.

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Tela de menu de inventário.

O jogo é fantástico. Eu mesmo já joguei e zerei, mas é compreensível que não tenha uma comunidade muito grande, afinal, a barreira linguística é enorme. Já é difícil até mesmo achar pessoas que gostem dos jogos originais (Fallout 1 e 2, no caso) por conta de serem jogos com alta carga textual de 20 anos atrás. Até mesmo a comunidade russa é pequena.
Isso pode ser considerado mais um projeto artístico e uma prova de dedicação do que qualquer outra coisa.

Há porém, no momento, pessoas traduzindo o jogo para o inglês, mas você e eu já sabemos como essas coisas levam tempo.
E eu duvido muito que mesmo traduzido, iria atrair muitos olhares, já que o pessoal gosta mais de dar tirinho do que ler paredões de texto.
É super nichado, mas fazer o quê.
FALLOUT é Lindo.
 
Bom, existem muitos que eu gosto que não estão traduzidos, mas acho que eu gostaria de falar sobre hoje é Fallout: Sonora.


A intro do jogo.


Fallout: Sonora é o que o pessoal das antigas de total conversion (que os jovens hoje chamam de mod), lançado em março de 2020. No caso, ele é um total conversion para Fallout 2, um cRPG lançado em 1998, e um dos melhores que há no gênero. Como tal, Fallout: Sonora trás uma nova área a ser explorada, o estado do Arizona (e algumas partes do México também), além de várias novas facções, armas, missões, trilha sonora e todo um acervo gráfico que o jogo original não contém.

A história do jogo se passa no ano de 2167, seis anos após os eventos do primeiro Fallout e setenta e quatro anos antes dos eventos de Fallout 2. Você é um aldeão vindo de uma pacata vila no noroeste do Arizona. Um dia, sua vila é atacada por escravistas que levam todos aqueles aptos para trabalho, matando o resto que resistem. Cabe a você então desbravar os ermos do velho mundo e salvar sua família dos escravistas e quem sabe, resolver um mistério ainda maior.

O jogo foi feito pelo estúdio Nevada Band, mas mais especificamente, a maior parte do trabalho foi feito por Alexander Poshelyuzhin, que foi criador, roteirista, programador, modelador 3d, spriter e designer de mapas.

E, bem, o jogo no momento só está disponível em russo.


G2sLjWP.jpg

A cidade de Phoenix, Arizona, controlada por uma nova facção chamada Igreja do Fogo Sagrado.

uRVYRtd.jpg

Diálogo com um membro de uma facção conhecida como Os Patrulheiros.

l0igKQh.jpg

Tela de menu de inventário.

O jogo é fantástico. Eu mesmo já joguei e zerei, mas é compreensível que não tenha uma comunidade muito grande, afinal, a barreira linguística é enorme. Já é difícil até mesmo achar pessoas que gostem dos jogos originais (Fallout 1 e 2, no caso) por conta de serem jogos com alta carga textual de 20 anos atrás. Até mesmo a comunidade russa é pequena.
Isso pode ser considerado mais um projeto artístico e uma prova de dedicação do que qualquer outra coisa.

Há porém, no momento, pessoas traduzindo o jogo para o inglês, mas você e eu já sabemos como essas coisas levam tempo.
E eu duvido muito que mesmo traduzido, iria atrair muitos olhares, já que o pessoal gosta mais de dar tirinho do que ler paredões de texto.
É super nichado, mas fazer o quê.

Eu realmente ando numa fase onde tenho muito mais interesse em descobrir - e quando sobra tempo, jogar - esses títulos antigos e consagrados que não tive oportunidade de testar na época, do que qualquer coisa que esteja bombando em sites de notícias e lançamentos de jogos no momento.

Sendo filho dos consoles, estou muito pouco familiarizado com esses clássicos ocidentais de PC, o que quero corrigir em breve. Outro jogo dessa era do qual ouvi coisas extremamente positivas em termos de enredo foi o tal Planescape Torment (que por sinal descobri pela trilha sonora). Tão positivas, na verdade, que começo a não ver isso com muito bons olhos: dificilmente uma obra resiste à expectativa de recomendações tão hiperbólicas como as que ouvi desse game. "O melhor jogo que joguei na vida" não costuma funcionar muito bem comigo.

O que resta é pagar pra ver um dia desses. Pelo menos, pra minha sorte, jogos como Planescape e os Fallout antigos estão disponíveis em inglês. 👍🇺🇸
 
Jogos Que Mereciam Tradução

E aí pessoal do Condado! Como vocês estão?

Quem acompanha notícias sobre jogos além da esfera AAA e/ou ainda joga jogos retrô, provavelmente ficou sabendo há pouco tempo de empresas como a gigante dos RPGs Square Enix que anunciou remasterizações de clássicos que nunca haviam saído no Ocidente antes, como o antigo Live A Live (que quem cria RPGs e não jogou ainda, deveria!) ou o primeiro título da série tática de sci-fi Front Mission.

Mais recentemente nós também ficamos sabendo aqui mesmo pelo Condado do movimento dos fãs brasileiros em torno de uma possível localização dos novos jogos de Pokémon no nosso idioma. É interessante notar que, se hoje em dia é relevante falar em games localizados (e até dublados) em português brasileiro, era comum nos anos 90 e 2000 muitos títulos "classe A" sequer chegarem ao ocidente. Como os tempos mudaram!

Assim sendo, como velho fã de jogos retrôs que sou, encontrei em minhas inúmeras buscas por “novos games antigos” vários títulos super interessantes que nunca foram apresentados oficialmente aos jogadores deste lado do mapa mundi. Ainda existem muitos por aí, com qualidade bastante variável, mas alguns deles me chamaram muita atenção, de forma que decidi fazer um tópico apenas pra que o pessoal possa compartilhar suas próprias opiniões sobre o assunto. 👍

Eis alguns dos meus jogos sem tradução mais cobiçados no momento:



London Seirei Tanteidan

Com um título que pode ser traduzido para algo como “Detetives Espirituais de Londres”, esse jogo transborda personalidade. Entre seus colegas de geração do PS1, onde o gênero até então oscilava 90% do tempo entre a fantasia típica e a ficção científica – ou um misto dos dois – London Seirei Tanteidan é ambientado na Inglaterra vitoriana (aquela do Sherlock Holmes), com direito a referências do “mundo real” e pitadas de elementos fantásticos/ sobrenaturais.

Salvo ambientação, para todos os efeitos práticos o jogo se trata de um RPG de turnos tipicamente japonês (o que fica claro pela arte conceitual), em que vários personagens parecem se encaixar em estereótipos do estilo, como o cara mais velho misterioso, o ingênuo que serve de alívio cômico ou o vilão meio atrapalhado. O que realmente chama a atenção nesse jogo é a pixel art: sprites de personagens grandes e expressivos, em cenários pré-renderizados entre os mais bonitos vistos nessa geração. A música também é bastante marcante.



Lagnacure

Eu já disse que sou um grande fã de RPG? :Gamers_Rise_Up:

Lagnacure é na verdade uma duologia de PS1 (a sequência Lagnacure Legend se passa anos depois do original), que parecem bastante típicos da era de onde vêm, quando o 3D dava seus primeiros passos. Os jogos não são muito famosos – quase não se encontra informação sobre eles nem em inglês – mas eles me chamaram atenção por um único motivo: o sistema de batalhas.

Os raros vídeos de gameplay sugerem que as batalhas de Lagnacure funcionam à moda de jogos como Chrono Trigger ou Grandia, isto é, funcionando por turnos, mas onde o posicionamento de cada herói ou inimigo interfere no andamento da luta. Por exemplo, algumas técnicas têm área de efeito que permitem ao jogador atingir vários adversários de uma vez.

É bem verdade que a jogabilidade parece um tanto lenta para os padrões modernos, e talvez o fosse até mesmo pra sua época (não se admira que muitos desses jogos não tenham sido localizados), mas a série parecia bastante ambiciosa. Vale no mínimo a curiosidade.



Boku No Natsuyasumi

Talvez o título mais interessante da lista aos meus olhos, “Minhas Férias de Verão” (sendo Boku um trocadilho de pronome masculino japonês e o nome do personagem principal) é uma série de 4 games que pretende entregar mais uma “experiência” do que um "jogo” propriamente dito, de forma que estar com o humor adequado faz total diferença em quanto você será capaz de apreciá-los.

Ao que consta, o foco da série é apresentar ao jogador a sensação de ser um garoto japonês na região rural do país nas décadas de 70-80. Você tem uma quantidade limitada de dias para gastar suas férias de verão como quiser: explorar o meio do mato, nadar no riacho da região, pescar, brincar no parquinho com os amigos, caçar insetos ou procurar aquilo que uma criança chamaria de tesouros.

Mesmo para nós ocidentais, não tendo vivenciado o contexto cultural da época, é possível notar que a ambientação é feita com maestria. Os belíssimos mapas pré-renderizados transmitem um misto de mistério e aconchego, perfeitamente adequados ao olhar aventureiro de uma criança, e o clima é complementado com efeitos sonoros de cigarras, pássaros, o barulho do riacho correndo ou o mero sussurro do vento. O sentimento de nostalgia é garantido.

A série teve jogos no PS1, PS2, PS3 e PSP. E nenhum deles chegou ao ocidente, infelizmente.





Enfim. Existem ainda muitos outros jogos que mereciam estar numa lista como essa, uns de qualidade inegável, outros nem tanto, mas que mereciam ser jogados nem que seja pela curiosidade.

E você, tem algum jogo que gostaria de ver traduzido num idioma que você conheça pra poder jogar? Diz aí pra gente!
Acho que deveriam fazer um post ensinando as pessoas a traduzirem os games, isso com certeza daria um engajamento e talvez ocorresse até mesmo a tradução de todos os jogos dessa lista!
 
Tradução sem autorização do autor consiste em crime de pirataria...
E se o jogo for da Nintendo, Deus me livre e guarde.
Mas o que isso impediria de ensinar alguém a traduzir jogos? Ela necessitará de uma autorização obviamente para a divulgação de tal tradução, mas não é por isso que não se pode ser ensinado a traduzir os joguinhos.
 
No mundo de hoje, nada é impecílio para que alguém possa ou não fazer alguma coisa. Minha postagem vai mais no sentido de que se pondere onde você vai aplicar seus esforços, do que de inibir quem quer que seja de fazer tradução.
Investir tempo em algo que não poderá circular ou lhe dar algum retorno, pode ser frustrante e na pior das hipótese lhe trazer problemas.
 
Revivendo um tópico bastante antigo por um ótimo motivo.

Em outra das minhas inúmeras pesquisas por jogos pouco conhecidos de consoles menos populares, decidi mencionar um que me chamou muito a atenção por apresentar arte e animação de primeira linha, comparável ao antológico Castlevania: Symphony of The Night nestes quesitos:

Princess Crown

Lançado em 1997 para o Sega Saturn - o sucessor do famoso Mega Drive no Brasil - Princess Crown é um RPG de ação 2D em side-scrolling desenvolvido por uma equipe liderada por um cara chamado George Kamitani, um artista na época recém-saído da Capcom, onde havia trabalhado em seus famosos beat'em-ups como designer gráfico.


Na direção do projeto, Kamitani decidiu por fazer um RPG de fantasia tradicional em que o jogador controlasse um membro da família real de Valendia, a princesa Gradriel (não, não está escrito errado). Usando de seu know-how dos projetos anteriores, o diretor decidiu pelo uso de sprites de personagens gigantescos com níveis de detalhes dificilmente replicados por jogos de sua geração, e cuja fluidez das animações é igualmente impressionante. Ambas as características permitiram caracterizar os personagens e mundo de Princess Crown sem qualquer necessidade de textos super-explicativos ou outras ferramentas que poderiam entediar o jogador. A personalidade da princesa é ditada de cara, pelas suas vestimentas e postura de movimentação.

Em termos de jogabilidade, Princess Crown se aproxima de um beat'em up com jogo de luta, em que as batalhas ocorrem sempre no formato 1x1, onde os botões de direção e ataque combinados permitem realizar golpes diferentes. Há também um sistema de níveis e um inventário limitado. Existem outros personagens jogáveis, que permitem mostrar pontos de vista alternativos do enredo principal.

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A equipe responsável pelo jogo viria a se tornar a desenvolvedora chamada Vanillaware, fundada e encabeçada até hoje pelo mesmo Kamitani, de forma que vários projetos da empresa são visivelmente "sequências espirituais" que desenvolvem ainda mais os conceitos apresentados originalmente em Princess Crown. Um exemplo disso é o comercialmente bem-sucedido Odin Sphere:


O jogo teve também uma versão para PSP, e nenhuma delas foi localizada para o ocidente. Extra-oficialmente, até onde pesquisei não há também qualquer patch de tradução feito por fã. Assim sendo, esse é mais um jogo a ser apreciado na íntegra apenas por quem conhece a língua de origem do projeto.
 
Última edição:
Primeiro excelente tópico @Paradiddle

Você sabe que sou das antigas... E sempre... Repito sempre na minha cabeça os jogos deveriam possuir localizações. Portanto, acredito que todos os jogos devem ser localizados. Uma provocação aos GamesDevs, sou totalmente favorável aos desenvolvedores investir seus jogos ao mercado estrangeiro, contudo, por favor, lança-os também no idioma de sua nação. Valeu!
 
@Paradiddle, acabei de dar uma olhada nesse vídeo do Princess Crown.

Que jogo bonito o.o

Um empecilho do jogo [e de outros jogos citados no tópico] só estar disponível no idioma japonês é justamente a dificuldade pra traduzir.

Se fosse um alemão, dava pra escrever o texto rapidinho no google translate. Mas japonês, russo, chinês, dificulta o processo kkkkk

Um workaround pra jogar seria baixar o google translate no celular e usar essa função de traduzir por foto nas telas de diálogos e escolhas pra entender os significados e o contexto.

Não é uma experiência tão fluida quanto jogar no idioma já traduzido, mas é um quebra galho.

Dos jogos citados no tópico, btw, o que mais me chamou atenção foi Boku no Natsuyasumi. Você já chegou a citar ele acho que no tópico que abri buscando um jogo específico de PS1. Parece chill out pra caramba. Qualquer hora vou jogar isso aí kkkkkkk
 
Meu presente de Natal atrasado: descobrir que Boku No Natsuyasumi 2, jogo de uma das franquias mencionadas aqui, recebeu um patch de tradução completo para o inglês no final do ano passado!


O pessoal responsável pela tradução, um grupo chamado Hilltop Works, já vinha compartilhando algumas curiosidades sobre o projeto em suas redes sociais. Um exemplo interessante ilustra o tamanho do esforço por trás da localização: a tradução até mesmo dos textos desenhados à mão pelo personagem principal em seu diário. Tais elementos são imagens, e não texto propriamente dito, e exigiram a edição dos gráficos por artistas e designers profissionais. O mesmo vale para placas e cartazes espalhados pelos cenários, tudo devidamente traduzido para o inglês.


Além de Boku No Natsuyasumi 2, o grupo também foi responsável no passado pela tradução não-oficial de vários outros projetos curiosos e estranhos, mas sempre únicos, que você pode conferir no canal deles no Youtube. O nome do próximo projeto da equipe ainda não divulgado, mas já se sabe que se trata de um RPG de PlayStation 2, definido como "underground" e "extremamente especial".


Link para o patch



 
era comum nos anos 90 e 2000 muitos títulos "classe A" sequer chegarem ao ocidente. Como os tempos mudaram!
Um caso bem interessante é do Dragon Quest VI de Super Nintendo. Ele vendeu 3,2 MILHÕES de cópias no Japão, sendo o terceiro jogo mais vendido do console no país. E, ele nunca foi vendido no resto do mundo (até o remake ser lançado globalmente, 15 anos depois). Curiosamente, ele costuma ser tido como um dos piores Dragon Quests pelos fãs, mas ainda sim alguns o colocam como favorito.



Pokémon Trading Card Game 2: The Invasion of Team GR!


Uma coisa que eu detesto em jogos de cartas é a demora para se conseguir as cartas. Tem muito jogo que você ganha poucas cartas após cada batalha, o que é ainda pior quando você precisa ter um baralho com um tipo ou dois (salvo exceções) segundo as mecânicas do jogo (estilo Magic), mas o jogo sofria um tanto por causa desse esquema de tipo. Fora que tinha as evoluções, que complicava ainda mais. Dai veio o segundo jogo: que já te dá 3 baralhos antes da metade o jogo, lidando muito melhor com o problema.

E não é só isso! A sequência tem quase todo conteúdo antigo, acrescidos de novidades, ou seja, tem cerca do dobro de conteúdo do jogo original! O original tinha 228 cartas, aqui são 445! Na história, a Team GR invade o local do primeiro jogo, dai você precisa defender o local e acaba por perseguir eles até uma região nova. Na segunda região, ao invés dos clubes da primeira, que são geralmente só salas com todo mundo, precisa explorar os fortes, que lembram mais Dungeons mesmo.

Praticamente todas as músicas do jogo anterior estão de volta, acrescidas de várias novas. Por exemplo, temos os 5 temas de batalha antigos, mais 3 novos destinados a integrantes da Team GR. Ainda sim há mais coisas novas, como minigames, oponentes de pós-game e possibilidade de trocar a moeda que você usa nos jogos por outras que você vai ganhando. Esse foi o primeiro jogo de pokémon que se pode correr e escolher entre menino e menina. Na parte de arte, mesmo os tilesets dos clubes do primeiro jogo foram melhorados, e agora os oponentes tem expressões, que geralmente usam quando estão ganhando/perdendo ou quando sacam uma carta boa/ruim.

Infelizmente, não chegou ao ocidente, muito devido a ter chegado um tanto no final da vida útil do Game Boy Color, e não ter incluído os pokémon novos (tirando um ou outro). Enfim, na minha opinião é um dos melhores jogos do console.
 
Um caso bem interessante é do Dragon Quest VI de Super Nintendo. Ele vendeu 3,2 MILHÕES de cópias no Japão, sendo o terceiro jogo mais vendido do console no país. E, ele nunca foi vendido no resto do mundo (até o remake ser lançado globalmente, 15 anos depois). Curiosamente, ele costuma ser tido como um dos piores Dragon Quests pelos fãs, mas ainda sim alguns o colocam como favorito.

É loucura para pra pensar que alguns jogos de franquias do porte de Dragon Quest e Final Fantasy não eram considerados comercialmente relevantes o suficiente para ganhar tradução. E o pior é que DQ chega a ser assim até hoje, com o décimo título sendo um MMO que nunca chegou até nós, enquanto os dois MMOs da linha principal de FF seguirem firmes e fortes, mesmo que ambos sejam jogos mais velhos. No fim das contas, FF sempre uma marca mais forte no ocidente.

Em se tratando de Pokémon então, nem se fala. Quem viveu o nascimento dessa mania sabe que mesmo na época do lançamento desse TCG2 a marca já era um fenômeno absoluto. Literalmente qualquer bobagem com esse nome na capa vendia igual pãozinho quente (até guaraná com bonequinho), o que ainda me faz estranhar esse jogo nunca ter chegado até aqui, mesmo com todos os poréns envolvidos.

Joguei o TCG original até cansar, e se bobear acho que houve um momento em que eu preferia até mais do que a série principal, porque considerava as batalhas mais estratégicas. Havia conseguido todas as cartas no jogo, com exceção das que exigiam a mecânica de troca ou algo parecido (e me lembro de adorar usar o Hitmonlee). E não sabia que o segundo título tinha tanto conteúdo adicional assim - o que eu sei é que rolou patch não-oficial de tradução dele, então talvez eu decida jogar um pouco pra reviver certas experiências de 20 e alguma coisa anos atrás.

E na real, sempre achei que eles deveriam ter mantido a franquia de cartas viva também nos jogos eletrônicos, em paralelo à série principal. Com a velha mania da Nintendo de vender acessórios, cabos e outros montes de tranqueiras pra "complementar" os jogos, um game em que você pudesse usar suas cartas de verdade pra jogar combinaria perfeitamente. E fazer algo assim hoje em dia é mais fácil do que nunca, com os consoles portáteis com câmera integrada e o caramba.

Mas isso fica pra algum tópico de "franquias que gostaríamos de ver de volta ou algo do tipo".
 
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Reações: FL
Dragon quest 6 eu achei legal, foi um dos poucos que zerei.
Só zerei ele, o 9, e o 11.
E também um spin off de cartas, cheguei perto de zerar o 8 e o Monster Joker 1, mas nunca zerei eles.
Eu gosto do 6. O original vale a pena porque, pra mim, é o ápice do RPG 16-bit em aspectos técnicos (junto do remake do 3, Chrono Trigger e Final Fantasy 6). Os gráficos dele me lembram muito o RTP do RPG Maker 2k e 2k3, imagino que fizeram os do maker em cima deles. Nos remakes teve a maioria dos monstros jogáveis retirados. Tem muita gente que não liga pra esses monstros, mas eu gosto dessa parte. O sistema de organização das skills ficou bem pior nos remakes.

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Em contrapartida, todas versões tem um sistema invisível de level cap de classes, horrível para jogar. Também acho que é o Dragon Quest mais fácil de ficar travado sem saber pra onde ir, depois do 2 original. Os personagens e história não é que são ruins, mas geralmente são considerados piores que o sistema de capítulos do 4 ou esquema de gerações do 5. O próprio Hori falou que não conseguiu colocar algumas coisas na história porque acabou dando atenção pro Chrono Trigger que estava sendo feito na mesma época

Ironicamente, no remake de DS, como o jogo é mais fácil, é ainda mais comum trombar com os level caps e só depois de um tempo perceber que personagem X não está aprendendo habilidades novas.
 
Recentemente comecei a jogar DQ7 do PS1 de novo - o jogo que me apresentou à franquia - depois de quase 20 anos, e tenho um carinho gigantesco por ele. Que joguinho charmoso.

Mas Dragon Quest é realmente um problema no que diz respeito a localização. Aqui no ocidente foram 4 jogos lançados numa única geração, e de repente a franquia pula a era SNES inteira, pra voltar no PS1 com um jogo como o 7. DQ basicamente pulou a era de ouro dos RPGs no oeste em termos de console pra voltar com um título, francamente, obsoleto em mais de um aspecto (difícil pensar que um jogo assim foi lançado na mesma época que FF9, por mais que isso tenha seu mérito). E benditos sejam os patchs de tradução dos fãs.

Difícil especular como seria, mas costumo imaginar que se não fosse a fusão com a Square, DQ tinha ficado totalmente pra trás desse lado do planeta. DQ8 finalmente alcançou o nível de polidez que a série merecia depois de mais de uma geração aos olhos dos ocidentais, e pôde ser localizado/distribuído pra tudo que é canto. E então, finalmente, é que conseguimos alguns dos títulos clássicos traduzidos oficialmente pro DS, e a série conseguiu estabelecer uma base de fãs atualizada. Caso contrário, acho bem possível que ela tivesse virado uma versão mais bem-sucedida da franquia Tengai Makyo - vendendo trilhões de unidades no JP mas completamente esquecido por aqui. Mais do que já é, aliás.

Seja como for, já que o tópico é sobre tradução, até onde sei não houve patch completo de nenhum dos jogos da série Fortune Street, que fez crossovers justamente entre FF e DQ. Odeio esse tipo de jogo com força, mas fica a curiosidade de saber que tipo de referências foram colocadas, além da trilha sonora e da interação entre tantos personagens icônicos do gênero.



Bem que eles podiam fazer um jogo de verdade de crossover com esses e outros títulos da S-E. A empresa tem franquias icônicas o suficiente pra isso.
 
Mas Dragon Quest é realmente um problema no que diz respeito a localização. Aqui no ocidente foram 4 jogos lançados numa única geração
Mas foram atrasados e com pouco Marketing. RPGs vendiam pouco no ocidente antes do Final Fantasy VII, mas até levando isso em consideração, os Dragon Quests 2, 3 e 4 venderam pouco por aqui. A Square apostou numa estratégia mais eficiente com Final Fantasy: Ao invés de traduzir o II e o III, pulou pro IV.

em termos de console pra voltar com um título, francamente, obsoleto em mais de um aspecto (difícil pensar que um jogo assim foi lançado na mesma época que FF9, por mais que isso tenha seu mérito).
O maior problema é ser 2D na era do 3D. Dragon Quest hesitou para ir no 3D com os 2 pés, porque é uma série muito tradicional, parecido com pokémon nesse aspecto, que só virou 3D mesmo em 2013. E meio que deu certo na sua terra natal, porque no Japão o Dragon Quest VII vendeu mais que qualquer Final Fantasy de PlayStation. Mas, pulando a era 16-bit, não é de se espantar que o VII não deu certo aqui.

Um caso curioso é o Dragon Quest V, cujo primeiro remake foi 3D para o PS2 em 2004 e 4 anos depois teve um remake 2D pra DS, num estilo igual ao VII, mas turbinado. "Ah, mas o DS não seria bom pra fazer um jogo full 3D", bem o IX foi lançado um ano depois, só pra DS, e é 3D. Um fato curioso entre 2D e 3D, é o XI: A versão de 3DS (e a versão definitiva, mais tarde), tem uma opção para alterar entre 2D e 3D. Não é só um filtro, é como jogar o jogo e o demake no mesmo cartucho.

E benditos sejam os patchs de tradução dos fãs.
Falando novamente no VI: O terceiro jogo mais vendido do Super NES no Japão, não tem um patch de tradução completo até hoje! O que foi mais longe tem 90% do jogo traduzido e uns bugs que pode crashar o jogo.

Difícil especular como seria, mas costumo imaginar que se não fosse a fusão com a Square, DQ tinha ficado totalmente pra trás desse lado do planeta
Será mesmo? Antes da fusão ela até que estava melhorando seus esforços, o Monsters de Game Boy Color foi o primeiro jogo lançado na Europa, em 1999. Mas ela precisava de um lançamento de peso pra melhorar sua reputação no resto do mundo, e foi isso que o VIII foi. Não acho que no PS2 o Dragon Quest seguiria fora do 3D, mesmo sem a fusão.

até onde sei não houve patch completo de nenhum dos jogos da série Fortune Street, que fez crossovers justamente entre FF e DQ
Só os que não tem Final Fantasy que foram lançado no ocidente. E o Patch mais completo do jogo que inclui essas duas franquias não possui os diálogos traduzindos. Nunca parei para observar isso.

Bem que eles podiam fazer um jogo de verdade de crossover com esses e outros títulos da S-E. A empresa tem franquias icônicas o suficiente pra isso.
Eles devem fazer assim que acabarem as ideias de spinoff de Final Fantasy e Dragon Quest. A pergunta maior seria os títulos que seriam embarcados, alguns teria limitações dos direitos, como Super Mario RPG.
 
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