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Uma análise de Profana, o Aceno de Sozo

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Esta análise não contém spoilers sobre a história de Profana


Profana está sendo desenvolvido por uma equipe formada por: Lycanimus, SimonMuran, Zaggojhon e Omar Zaldivar.​
É impossível falar de Profana sem mencionar suas ferramentas de narrativa. A trama não mede esforços para mostrar os efeitos da situação em que os personagens foram submetidos.​
O jogo não se apresenta com montanhas de texto rolando num fundo escuro, páginas de um livro ou uma longa narração. Optando por mostrar ao jogador de uma maneira direta e clara quem são os personagens, onde eles estão, aquilo que estão passando e o que aquele ambiente significa para eles.​
É muito mais fácil dizer do que mostrar, mas por não optar pelo caminho mais fácil, os desenvolvedores mostram o carinho e esforço envolvido na produção. Mesmo as tentativas de agregar valor de choque na trama não ficaram fora de lugar ou forçadas.
O ritmo também é excelente. Dando tempo e espaço aos personagens para se relacionarem, demonstrarem seus sentimentos, suas preocupações. E ainda assim a história nunca parece que está andando mais devagar por causa disso.​


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Só tenho uma observação quanto ao quesito narrativo. Acredito que o diálogo poderia ter mais sutileza na entrega de características sobre os personagens e exposição da narrativa. Eu senti que alguns diálogos forçavam uma ideia explícita demais sobre certos personagens. Como se o jogo te inclinasse a pensar de uma maneira mostrando quem você deveria apoiar e quem você deveria odiar, sem nenhuma ambiguidade.​


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A ambientação é nada menos que bem trabalhada. Destaque em especial para os efeitos de iluminação e sonoros. Os personagens são bem animados, com inúmeras ações diferentes, e mesmo com a limitação dos sprites, você consegue entender exatamente o que cada um está sentindo numa determinada cena, e isso agrega muito à narrativa. Foi quase uma hora de jogatina até a primeira batalha, e eu não me senti entediado nenhuma vez, sempre envolvido na narrativa.

Profana é um jogo bonito, e mesmo não utilizando de gráficos originais, a composição dos mapas é muito boa. Cada lugar é muito bem detalhado e bem apresentado. Porém, por essa razão há um problema dos personagens não se encaixarem muito bem na composição e sua presença ser muito aparente sobre o fundo, como se eles tivessem sido colados por cima do mapa. Talvez seja a falta de sombras dos personagens que dê essa ilusão.


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A mistura dos elementos da narrativa com a jogatina são coesos e bem trabalhados. A interface é limpa e de fácil visualização. Dando um destaque especial a tela de título, que com seu uso de partículas e névoa causa um efeito cinemático muito interessante. Temo que não será possível percebê-lo nos gifs desse tópico, que tiveram a qualidade reduzida para evitar que ficasse muito pesado.


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A forma com que os diálogos são apresentados no projeto é bacana. Seguem uma mecânica que se assemelha um pouco a Chrono Trigger, que você pode iniciar uma conversa mas mesmo assim andar por perto e as mensagens continuam. E se você ir para muito longe, não conseguirá mais ler os diálogos.

As batalhas são muito bem animadas e produzidas. Cada adversário possui animações completas de ataques, andando até o personagem para atacar. A protagonista igualmente. Porém, ao menos no começo, quando Ayla luta sozinha e sem nenhuma habilidade de combate, as batalhas sofrem um pouco da mentalidade de "Aperte Z repetidamente para ganhar" que pode atormentar RPGs.


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Na questão das músicas, a seleção foi ótima. O sentimento de cada cena foi traduzido muito bem. Na escapada da caverna, por exemplo, conforme a música se intensificava, eu como jogador sentia a tensão dos personagens, e isso é algo que valorizo muito num jogo.

Profana é bem polido, e na minha jogatina não encontrei nenhum bug. De resto, há alguns erros de Português, coisas como falta de acentuação ou letra maiúscula em alguns momentos, mas nada muito problemático.


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Profana mostra que o cenário de RPGs indies ainda está cheio de propostas ousadas e interessantes. Uma ambientação sombria, num cenário em que parece que não se há solução, pessoas morrem à esquerda e à direita, e fica cada vez mais difícil ir para a frente. Mesmo numa primeira demonstração, apresenta pontos muito fortes. Mecânicas concisas, mas uma narrativa vasta. É um jogo muito bom, e que vale a pena jogar.

Caso tenha interesse no projeto, o tópico do Profana pode ser acessado no link abaixo:
 
Obrigado pela análise, feedback é sempre muito bem-vindo para nossa equipe!
Eu só queria pontuar que você coloca a trilha como sendo uma seleção de músicas, mas na verdade é uma trilha original, cada faixa foi composta para cada cena.
O pessoal da equipe já leu e com certeza vamos levar o que disse em consideração para melhorar o game cada vez mais! Muito obrigado por jogar a demo e ter nos ajudado com um feedback tão completo.
Um abraço o/
 
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